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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A natureza turística do Rio de Janeiro



 A melhor maneira de discorrer sobre o tema foi pensar em termos de uma ciência social abrangente, integrando historicamente e culturalmente o fenômeno turístico. Em meados do século 19 começa a desenvolver-se o turismo na Europa, surgem os primeiro empreendimentos especificamente voltados para o setor turístico. Surgiram os agentes de viagem, hotéis, órgãos oficiais e também iniciativas publicas e privadas que tinha como foco atrair e receber o turista.

O surgimento do novo tipo social o turista – foi somente possível por meio de fatores históricos que fortaleceram o desenvolvimento do individualismo, da urbanização, industrialização e das mudanças benéficas das condições de trabalho. Mudanças estéticas e intelectuais foram necessárias, como a valorização da natureza, das paisagens, novas formas de lidar com o corpo, noção de lazer como forma de relaxar do estresse de uma vida moderna. A partir daí, foi-se gradativamente conceituando-se como a indústria do turismo.
Processos internacionais e nacionais caracterizaram o momento em que a cidade torna-se uma destinação turística e levam a configuração íntima que a natureza turística da cidade assume. A natureza turística é todo processo de construção histórica e cultural e, para ser analisada, foi proposto uma periodização em três fases :
(‡) 1920 – 2ª Guerra Mundial ;
(‡) 2ª Guerra Mundial 1970 e
(‡) 1970 – Atualidade
Na primeira fase, o Rio de Janeiro é incluso de forma lateral especifica no universo do turismo internacional. A infraestrutura turística começa a desenvolver-se, em 1923 ocorre a inauguração do hotel Copacabana Palace e a fundação da Sociedade Brasileira de Turismo. Quase na década de trinta ocorrem as primeiras viagens aéreas internacionais, contudo o principal meio de transporte ainda é o navio. Na década de trinta inaugura-se o Cristo Redentor e o início dos desfiles do Carnaval. Nesse período o Rio é a cidade mais importante do país, é o local turístico brasileiro por excelência e no contexto político, por ser a capital da federação. Além disso, a cidade era o pólo de radiação para todo o território nacional.
A cidade passou por reformas como a construção do Canal de Mangue, do porto, as avenidas Beira Mar e Central. Tais reformas tinham o objetivo de modernizar a cidade segundo as cidades européias. Os guias dessa fase sempre direcionavam o olhar dos turistas a partir da Baía de Guanabara.  As publicações tinham como foco o centro da cidade, as belas praças, jardins modernos, fontes e estátuas, e a vivacidade dos cafés ao ar livre. Praticamente não se falava do Carnaval ou das praias.
As opiniões acerca da cidade retratam o exotismo, um misto de natureza e cultura, de primitivo e urbano e de certo glamour. A cordialidade e a alegria dos cariocas merecem destaque. Os filmes feitos no exterior retratam esse exotismo simpático e o glamour. São feitas cenas em hotéis luxuosos, cassinos, cafés ao ar livre, as praias pouco aparecem.
A música marca presença com ritmos como o mambo, rumba, maxixe, dança-se um misto de ritmos latinos. O samba ainda não é um ritmo por excelência ainda, entretanto, a sensualidade já é marcante.
A segunda fase ocorre no período pós guerra, a política de boa vizinhança estadunidense para com o Brasil é marcante. São personagens marcantes Zé Carioca, que aparece em “Alô, amigos” feito por Walt Disney, em 1942, e Carmem Miranda, com sua fantástica cesta de frutas na cabeça.
Não existe mais um equilíbrio entre cultura e natureza, pende para o lado da natureza agora. São retratados não só as cachoeiras, orquídeas, aves exóticas, matas, mas também o malandro boêmio, o menino engraxate, os favelados dançando animadamente o ritmo do samba, já o erotismo, e as praias, com suas mulheres em roupas de banho sensuais, ganham o centro das atenções.
Nesse período ocorre uma transformação fundamental no turismo internacional: diminuição do transporte por navios e sua substituição pelo avião. Para o estrangeiro, o Rio continua sendo o espelho do Brasil, sua principal atração turística. No plano nacional, ela perde o foco para Brasília, quando ocorre a mudança da capital do país para lá. Economicamente, perde-se status para São Paulo.
A terceira fase está sendo marcada pela percepção e ocorrência de graves problemas sociais, a partir da década de 70, como: crescimento desordenado, desorganização urbana, favelização intensa, e principalmente, violência.
De 1988 para 1991 houve uma diminuição de 50% no número de turistas na cidade. O colapso do turismo na cidade é decorrência direta da percepção sobre o aumento da violência. A imagem do Rio nos filmes produzidos tanto no exterior como aqui, é uma excelente via de acesso à imagem que se consolidava sobre a cidade. A violência está presente, favelas passam a ser habitadas por traficante de drogas,  o malandro simpático da fase anterior vira um criminoso mau caráter. O exotismo glamoroso e sensual dá lugar a um exotismo violento e desvairado. O erotismo sensual transforma-se em nudez e transgressão, sendo toda promiscuidade permitida.

Atualmente é possível perceber que o turista tem medo de conhecer o Rio de Janeiro, aquele que vai viajar com a família, nunca irá para o Rio. É necessária a criação de políticas de combate a violência, porque a cidade ainda é uma referencia no turismo.

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