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Futuro Turismólogo, estudante e apaixonado por futebol, viagens e lazer.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Turismo e Psicologia no Envelhecer

As pesquisas e trabalhos focam 2 maneiras de estudos acerca dos idosos: busca por propostas para melhorar a qualidade de vida e outra que enfoca a velhice como um problema médico, doença. O que podemos ver hoje em dia é que exista por parte do ser humano uma aversão pelo processo de envelhecimento, pois é uma indicação da finitude, fim da vida e também porque entende-se que a velhice é sinônimo de desvalorização e descaso.

A aproximação da morte para o idoso está inversamente proporcional ao jovem, em outras palavras, é um fator temido, onde ocorre um distanciamento de novos projetos, entretanto é um sentimento ambivalente, leva o idoso a ter consciência de que as atividades deixadas para depois tem chance de não serem realizadas.
Beauvoir cita: “Mesmo que tenha superado a crise de identificação e aceitado uma nova imagem de sua pessoa, a boa vovó, o aposentado, o velho escritor, todos conservam lá no íntimo a convicção de terem permanecido imutáveis: justificam essa certeza com a evocação de lembranças”, a partir desta citação, podemos concluir que o tempo cronológico avança sem piedade e, mesmo com tantas inovações que permitem ao indivíduo criar grande resistência física, a aceitação da velhice é vista com grande dificuldade.
Existe falta de interesse e de vontade política, falta de pesquisas e não existem respostas para suas demandas, portanto os idosos ficam “ a ver navios”, ou seja, são deixados de fora da sociedade como se não tivessem valor algum.
Dados estatísticos mostram um grande aumento dessa parcela da população, logo, deve-se investir muito nessa área, porque serão uma grande massa.
Ações realizadas por ONGs que representam seus interesses tentam integrá-los no aspecto econômico, práticas desportivas, programas culturais e remoção de barreiras arquitetônicas em: hotéis, restaurantes, teatros, cinemas, shoppings dentre inúmeros outros lugares
O Governo deve mostrar as formas de preconceito que a sociedade alimente contra a 3ª idade, os pesquisadores deverão buscar conhecimentos que possam levar essa população a um envelhecimento saudável e os próprios idosos devem conscientizar as demais faixas etárias de que o velho não retira das pessoas a cidadania.
Cabe a nós, turismólogos, buscar a melhor forma de um idoso fazer turismo, sem discriminação, sem serem vistos de maneira diferenciada, para que possam realizar viagens tranquilas.
A mente humana capta o tempo de duas formas opostas:
“Chronos”: Ligado ao consciente, que são as manifestações ligadas a calendários, tempo do relógio.
“Kairos”: Ligado ao inconsciente, situam-se as memórias, fantasias, e desejos referidos como presente, passado e futuro.
Essa visão dualista da realidade do tempo funciona como um paradoxo, que Freud descreve no funcionamento do aparelho psíquico. Nesse aparelho, há um tempo percebido no sistema pré-consciente, consciente de sucessões que constituem o acervo das vivências, mas há também o eixo das intenções, de vivências difusivas, que estariam no âmbito do inconsciente.
Freud escreveu sobre essa vivência da temporalidade unindo 2 eixos a respeito de sua viagem às Américas:
“Eu tinha então 53 anos, sentia-me jovem e bem disposto. A curta estadia no Novo Mundo fez bem ao sentimento de minha auto-estima. Na Europa, sentia-me proscrito; aqui, via-me acolhido pelos melhores como um igual. “
Por fim, no inconsciente todo mundo sonha com a imortalidade, ninguém quer pensar que vai morrer, negar a velhice não elimina essa situação de certeza, mas camuflar a velhice com o termo 3ª idade somente disfarça essa condição natural da vida, a velhice. Para poder aceitar o envelhecer, as pessoas tem que sentir, viver, elaborar perdas ou modificações significativas e fazer assim verdadeiros processos de luto.
Em relação ao turismo, todas as perdas fisiológicas, sociais e econômicas interferem em medida inversamente proporcional à aquisição psicológica do desejo manifesto de viajar, uma vez que são oferecidos roteiros cansativos, onerosos ou tediosos à “terceira idade”.

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